sábado, 25 de julho de 2015

Lideranças da Apiwtxa Reivindica Providencias na Fiscalização do Recurso da Educação do Municipio de Marechal Thaumaturgo


 
 
 
Nota de Repúdio

 Nós da Aldeia Apiwtxa viemos por meio desta manifestar nossa insatisfação a respeito do andamento da educação no nosso município e ao mesmo tempo repudiar a forma que os servidores estão sendo tratados ao reivindicar como cidadãos seus direitos a um tratamento mais digno. Com isso, pedimos que todas as autoridades competentes como: Ministério Público, vereadores e outros órgãos verifiquem e tomem providências sobre o que esta acontecendo com o recurso que é destinado exclusivamente para a educação do nosso Município. Sabemos que todos os meses são liberados as parcelas tanto para pagamentos dos salários e outros serviços assim como para merenda, e nada chega as escolas da zona rural. Para o conhecimento dos senhores, na nossa aldeia Apiwtxa, temos 208 alunos matriculados em 2015, 11 professores provisórios, 2 do quadro permanente, 3 A.O.S.Ds e 2 barqueiros todos lotados na Escola Samuel Piyãko. Temos várias dificuldades como: pagamento dos professores que sempre recebem um mês e fica um atrasado, muitas das vezes nossos servidores não tem 13º salários e nem rescisão de contratos, e os professores que tem nível superior com 18 anos de sala de aula recebendo um salario mínimo e só recebem 8 ou 7 meses durante o ano letivo, se sentem desestimulados. As aulas que na história de Thaumaturgo nunca tinham atrasado chegando ao ponto de começar no mês de Abril e outro só Maio e a secretaria ainda quer que cumpram com os 200 dias letivos, com isso queremos saber como a secretaria esta prestando conta se começamos as aulas já quase no segundo semestre? Outro problema é a merenda escolar que até hoje não chegou um grama de arroz para os alunos merendarem, com isso os alunos tem que sair da escola mais cedo perdendo horas aula. A construção e reforma da nossa escola já faz mais de 10 anos que a prefeitura não ajuda e a comunidade se obriga a assumir para que as crianças não sejam prejudicadas no seu processo educativo.

 A comunidade esta fazendo de tudo para cumprir com sua parte, a prefeitura tem que também fazer a sua, buscar o diálogo para melhor trabalhar com o povo.

Lideranças da Aldeia Apiwtxa

Moisés da Silva Piyãko

Pishiro Asheninka

Komãyari Ashninka

Isaac piyãko

Kãkari Ashseninka

Totxe Piyãko Asheninka

Enisson Piyãko Picon Asheninka

Otxe Masha Asheninka

Ãtxoki Asheninka

Wewito Piyãko

Winko Piyãko

Francisco Minari Asheninka

Erishi Piyãko

Txowinko Asheninka

 

domingo, 26 de outubro de 2014

A Escola Asheninka e o Fortalecimento dos Conhecimentos Tradicionais


A Escola Samuel Piyãko do Povo Asheninka mantem até hoje uma tradição de fortalecer os conhecimentos tradicional do povo, ensinando para as crianças e jovens  aquilo que precisa ser aprendido e praticado no dia a dia das famílias.
Essas aulas que fortalece a cultura são decidido nas reuniões pelos pais, eles discutem e definem o que são prioridades. Antes desse costumes serem trabalhado em sala de aula os professores pesquisam com os mais antigos   e convidam eles para participar e ajudar nas aulas.


Nos dias 22, 23 e 25 de setembro de 2014 os professores Enison, Wewito, Erishi e Kãkari trabalharam nas aulas alguns conhecimentos do povo Asheninka com alunos do 1o ao 3o ano, sendo que nessa escola estão matriculados 183 alunos do 1o ao 9o ano.
Essas aulas além de outras já trabalhadas foi sobre fabricação de arco e flecha, tecelagem e brinquedos, conhecimentos que são muito importante principalmente a tecelagem que é usado para fazer a vestimenta de cada pessoa. Percebemos que algumas famílias estão parando um pouco de fabricar a tecelagem, não sabemos ainda muito bem qual é o motivo, sabemos que é muito trabalhoso fazer uma vestimenta leva de 4 a 6 meses para fazer uma vestimenta para uma pessoa adulta, contando  desde fazer o tratamento do algodão fiar e tecer.

A flecha também tem sua importância principalmente para pegar animais nas caçadas e pescarias,  muitos jovens já  não estão fazendo flecha e arco por esse motivo também a escola esta tentando fortalecer essa pratica tendo em vista que ainda dependemos da caça e da pesca para alimentar-se no dia a dia da aldeia.

Os brinquedos foi percebido que tem uma importância muito grande principalmente para trabalhar com as crianças do primeiro ano de escola, para  desenvolver habilidades tanto com a escrita como  fabricação de objetos, além de fortalecer os costumes de cada pessoa fazer seu próprio pertence de uso do dia a dia, os brinquedos sempre foi um ensinamento  inicial dos pais para os filhos.

O primeiro momento das aulas os alunos e professores fizeram levantamento para conhecer os diferentes tipos de brinquedos, diferentes tipos de flechas e tecidos e um pouco da história de cada objeto contada pelos mais velhos.

Segundo momento foi refletir um pouco sobre o uso de cada peça, quem usa
se é o home ou a mulher e desenhar algumas das peças e brinquedos.

Terceiro momento foi aula pratica, com participação de pessoas mais velhas da aldeia, que contribuíram com seus conhecimentos sobre o que estava sendo trabalhado nas aulas.


Nessa terceira aula os alunos do 2o e 3o ano foi separado os homes das mulheres, o motivo da separação é que a tecelagem até hoje na cultura Asheninka só a mulher pode fabricar, os homes ficaram com a fabricação do arco e flecha.
 Já os alunos do 1o ano, homens e mulheres  ficaram com a fabricação de brinquedos tendo em vista que a cultura permite.

Hoje é muito difícil dizer que a escola Asheninka é totalmente tradicional, isso não vai ser possível, mas podemos dizer que é uma escola que fortalece os conhecimento do povo e usa esses  conhecimentos no seu dia a dia mesmo tendo os conhecimentos ocidental.

Também acredita que a escola Asheninka não é o professor ensinando a ler e escreve mais sim o conjunto de conhecimentos que esta em diferentes pessoas, que usam diferentes espaço para transmitir conhecimentos e pensamentos de vida do povo.
Nessas aulas foi trabalhado o básico, previsto  o aprofundamento nas próximas series como é orientar os pais para irem ensinando seus filhos em casa.



















sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Carta de Repúdio dos Representantes das Terras Indígenas do Brasil e Peru


Nós lideranças das quatros comunidades de área de fronteira das Terras Indígenas Ashaninka e Apolima Arara do Brasil e as Terras Indígenas Ashaninka de Sawawo e Shawaya do lado peruano, todas localizadas no Rio Amônia, nos reunimos no dia 11 de setembro de 2014 na Aldeia Apiwtxa para  solicitar  dos governos peruano e brasileiro as providencias cabíveis sobre o assassinato das quatro lideranças Asheninka da Terra Indígena Saweto do Alto Tamaya no Peru, Edwin Chota, Leoncio Meléndez, Francisco Pinedo e Jorge Peres. Sabendo da morte dos quatros líderes que aconteceu nos primeiros dias do mês de setembro de 2014, principalmente a de Edwin Chota e de Jorge Peres, reconhecemos esta atrocidade como uma forma de madeireiros e narcotraficantes, não só de enfraquecer a Comunidade Saweto, mas também de intimidar fortemente os demais líderes que lutam para impedir que estes criminosos entrem e atuem dentro dos nossos territórios explorando madeira e praticando o tráfico de drogas. Estamos cientes também de que após as mortes dos quatros Asheninka os assassinos continuam ameaçando de morte, através de radiofonia, as demais pessoas de Saweto, quando tentam se comunicar com seus parentes para lamentar a morte de seus líderes. Reconhecemos este ato como uma forte provocação e nos sentimos também ameaçados. Exigimos da justiça de ambos os países, Brasil e Peru que resolvam este caso urgentemente, pois senão nos sentimos obrigados a agir para impedir que mais lideranças e pessoas inocentes sejam assassinadas.
Todos os anos morrem Ashaninka no Peru nesta linha de fronteira e queremos dar um fim a esta situação da forma mais rápida possível. Além de exigirmos que tanto a Polícia Federal brasileira como também a Polícia peruana verifiquem a questão urgentemente, solicitamos também do Governo Peruano que seja instalado próximo ao local do crime no Rio Tamaya um posto da Polícia Nacional peruana para garantir a integridade de todos os vestígios deste ato criminoso e a proteção dos restos mortais de nossos líderes. Ainda mais se tratando de um crime internacional, onde criminosos brasileiros assassinaram líderes peruanos em solo peruano, sendo que estes criminosos também ameaçam as comunidades Ashaninka e Apolima Arara no Rio Amônia, é de suma importância que este crime seja punido da forma devida e imediata. Não podemos mais esperar, pois nossos jovens, que são centenas estão vivenciando um fato que amedronta e coloca em risco o futuro de todas as comunidades Ashaninka que sofrem com esta questão já há anos. Recorreremos em todas instâncias, a nível nacional e internacional, para  que possamos viver em paz em nossos territórios.
Temos as seguintes exigências:
·      Exigimos também a proteção dos familiares das vítimas e a declaração imediata do título da Terra Ashaninka do Alto Tamaya. Também exigimos que todos os atores que cometeram este crime sejam punidos de forma devida e que toda atividade ilegal que ocorre na região de fronteira sejam apuradas e combatidas para que os povos indígenas Ashaninka e Apolima Arara, como também habitantes não indígenas da região consigam viver em paz em seus territórios sem estas ameaças. Além disso é necessário que as ameaças existentes sejam apuradas pelos órgãos governamentais responsáveis e que  os líderes Ashaninka do Peru e Brasil, como também os líderes do povo Apolima Arara recebam proteção.
·      Que além das prisões dos criminosos na região do Peru, é necessário que seja feita uma identificação geral a fim de saber quem é quem que mora e atua na região Saweto, pois temos informações de que as pessoas que agem ali na região do Alto Tamaya e seus afluentes, Putaya e Kañaña, são na maioria brasileiros.
·      É necessário que por parte do governo brasileiro sejam instalados urgentemente no Município Marechal Thaumaturgo postos da Funai, Polícia Federal e IBAMA para ajudar na fiscalização e orientação do uso dos recursos naturais.
·      E que os acordos já existentes entre o Brasil e Peru, mediante à proteção dos povos indígenas da área de fronteira e todos os recursos naturais ali existentes, sejam respeitados e reforçados por ambos os países.

A pedido dos familiares das vítimas dos líderes assassinados, que moram no Brasil, os corpos devem ser reconhecidos o mais rápido possível pelos órgãos peruanos responsáveis para que possam ser enterrados no local do ocorrido, respeitando os rituais e a tradição Ashaninka.
É de tamanha urgência que uma comissão de ambos os países, Brasil e Peru, acompanhem o processo de apuração do caso por se tratar de área de fronteira.

Para finalizar, os órgãos governamentais e não governamentais que foram omissos nesta questão necessitam também ser investigados. Ainda é necessária uma fiscalização e identificação dos caminhos, rotas e locais de ação onde os grupos de madeireiros ilegais e narcotraficantes atuam.

Assinam esta carta de repúdio representantes das seguintes Terras Indígenas do Brasil e Peru:

-       Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, Povo Ashaninka, Brasil.
-       Terra Indígena Apolima Arara do Rio Amônia, Povo Apolima Arara, Brasil.
-       Terra Indígena Sawawo, Hito 40, Povo Ashaninka, Peru.
-       Terra Indígena Shawaya, Hito 40, Povo Ashaninka, Peru.







12.09.14, Aldeia Ashaninka Apiwtxa, Marechal Thaumaturgo, Acre, Brasil. 

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Encontrado o Local dos Lideres Asheninka Mortos Brutalmente


No dia 10 de setembro de 2014, um grupo de 16 Ashaninka da comunidade Apiwtxa do Rio Amonia foi até o local do assassinato dos 4 líderes Ashaninka da Aldeia Saweto na fronteira do Brasil com o Peru que deve ter ocorrido entre 1 e 2 de setembro. O grupo saiu da comunidade Apiwtxa as 9 horas da manhã e retornaram 8:00 h da noite do mesmo dia trazendo informações que as mortes aconteceram em território peruano há uma hora e meia da linha de fronteira, próxima à Terra Indígena Ashaninka do Rio Amonia, em um local de descanso, denominada por Chota como maloquinha. O grupo encontrou ossos de várias partes do corpo (como arcada dentária, crânio, fêmur, entre outros) de um dos líderes assassinados, como também óculos e outros pertences das vítimas, havendo vestígios de que os corpos das outras vítimas possam ter sido arrastadas ao longo do barranco do rio Putaya. Membros da missão supõem que os corpos das outras três vítimas também possam ter sido levados pela enchente na quarta feira, quando houve uma forte chuva na região.
O corpo encontrado segundo o grupo da missão pode ser do líder Jorge Perez e parece ter sido morto com um tiro na nuca.  Os irmãos da vítima, que participaram da missão e habitam na comunidade Ashaninka Apiwtxa, o reconheceram por causa de sua roupa e sua bolsa com seus pertences que estava bem junto os ossos. Também foram encontrada uma mochila do líder Chota, que também foi reconhecida pelos participantes da missão. A câmera fotográfica de Chota também foi encontrada próxima ao ocorrido e se encontra em mãos dos membros da comunidade Apiwtxa. Também foram encontradas capas de cartuchos calibre 16 que podem ter sido disparadas contra as vítimas. Os restos mortais encontrados foram somente fotografados e filmados e foram deixados no local do ocorrido.
Todos os familiares que moram na aldeia Apiwtxa de umas das vitimas morto brutalmente e lideranças da Terra  Indígena Kampa do Rio Amônia pede   urgentemente a providencia no processo de investigação dos culpados e que os corpos sejam após as pericias necessária seja sepultado no local do ocorrido, respeitando os rituais tradicional do povo Asheninka. 


domingo, 7 de setembro de 2014

Assassinadas de Lideranças Indígenas na fronteira do Brasil com Peru






Hoje pela parte tive informação através de e-mail que  quatros lideranças de saweto que estava vindo para uma reunião na comunidade Apiwtxa foram assassinadas por invasores ainda desconhecido. Pedimos apoio para que o caso seja investigado e encontre os culpados.


Hola amigos

Acabo de salir de radiofonia la profesora Maria Elena me comunica una noticia terrible, que en circunstancias  de que un grupo de comuneros de saweto salieron para una reunion en apiuxtza fueron emboscados donde perdieron la vida, Edwin Chota Valera, Leoncio Quinticima Melendez, Jorge Rios Perez, y Francisco Pinedo. realmente es una pena este suceso,  bueno eso fue lo que me dieron a conocer ya que la comunicacion por radiofonia es pesima.

Mañana domingo o lunes esta llegando una comision de Saweto, en ello esta viniendo la esposa de Edwin, realmente necesitaran apoyo, nose si PROPURUS puede ayudar.

Este suceso sucedio el dia Lunes 01 de setiembre, la Comision de Osinfor llego a pucallpa el  viernes y sabado 29 y 30 de Agosto ya que eran dos comisiones.  

saludos

Jose Borgo Lopez